Como se já não bastasse ver aqueles filmes entediantes de Giuseppina, tínhamos que entrar na sala dar de cara com aquela "visão do inferno”: Carlos Ban - nosso professor de filosofia - escrevendo na lousa.
Como que de costume nós copiávamos toda a matéria, ele dava um chocolate suíço para Priscila, ela dividia com a gente e depois íamos embora.
Porém, nesta sexta-feira foi diferente...
Ingrid e Giuseppina haviam faltado - para a alegria geral da nação - e Ban iria adiantar a aula para nossa turma.
Quando a aula acabou não tínhamos nada para fazer, afinal, nem oito horas da manhã era, decidimos ficar na frente da escola, olhando a rua.
Alguns minutos depois, o carro de Ban saiu da garagem e resolvemos segui-lo.
Andamos disfarçadamente atrás do carro e o fato dele dirigir extremamente devagar ajudou muito.
Depois de mais ou menos 15 minutos andando ele parou o carro na frente do "Cemitério Paz Eterna", assim que ele parou nós corremos para trás de um carro funerário; ele saiu do carro, olhou para os lados, abriu os grandes portões de ferro e entrou.
Não sabíamos o que ele estava fazendo lá dentro, pois o sol já estava forte e não ousávamos sair de trás do carro.
Quando deu meio dia tínhamos que voltar para casa e saímos devagar para que ele não visse.
Mas, não contávamos com o que iria acontecer...
Às 15:30 da tarde minha mãe me chamou dizendo que Cláudia estava no telefone querendo falar comigo e a notícia que recebi ao atender era inacreditável.
Cláudia chorava e falava ao mesmo tempo, ela me disse que havia perdido um de seus brincos e que tinha quase certeza que o deixara cair na porta do cemitério.
Ela disse que Giovanna já sabia e que iríamos nos encontrar às 19:00 horas no mesmo lugar para procurar o tal brinco.
O nosso único problema era Ban; e se ele achasse? Com certeza iria nos ridicularizar na frente da turma e pior ainda, iria saber que o seguimos.
Cheguei à porta do cemitério as sete em ponto e elas já estavam lá, me esperando.
Passamos horas procurando, mas, não achamos nada. De repente, Giovanna me beliscou e disse:
- O que é aquele pontinho de luz?
Olhei para a direção em que ela estava olhando e chamei Cláudia correndo, quando ela chegou à única coisa que eu consegui dizer foi:
- Achamos seu brinco.
Por um segundo ela se alegrou, mas, quando ela olhou na direção que eu apontei o seu sorriso desapareceu em frações de segundo e ficamos algum tempo em "transe" olhando para dentro do cemitério onde em uma das covas o brinco reluzia por causa da lua.
Só caímos em si quando Giovanna assoviou, sabíamos que isso indicava perigo.
Ela falou para a gente se abaixar e ir para o canto do muro.
Chegando lá ela nos disse que Carlos Ban estava lá dentro, sorrindo e com uma pá na mão.
Rimos baixinho, achamos que aquilo era um tipo de alucinação.
Quem dera que fosse...
Já sabíamos onde estava o brinco, então resolvemos voltar no dia seguinte, de manhã cedo para pegá-lo.
Nos encontramos na escola e arquitetamos um plano.
Quando deu oito e meia Giovanna foi à secretaria alegando fortes dores; ela ligou para o meu celular e eu me passei pela mãe dela, liberando não só a ela, mas, a Cláudia e a mim mesma.
Não tínhamos muito tempo a perder, era pegar o brinco e ir embora para casa.
Assim que chegamos ao cemitério abrimos os portões e entramos.
Fomos direto para a cova onde estava o brinco, e ele estava lá.
Ficamos horas tentando achar uma explicação para o fato do brinco dela estar lá dentro se nem havíamos entrando; depois de algum tempo resolvemos ver que lápide era aquela e nela estava escrito: ” Karlus Bã / 05-10-1894 \ 22-06-1920." E ao lado do nome havia uma foto, uma foto do nosso professor de filosofia.
Aquilo nos fez rir, de medo.
Tínhamos um professor zumbi?
Começamos a andar pelo cemitério e os rostos dos quadros que colocaram nas paredes da escola estavam lá.
Paramos quando eu segurei Giovanna, não havíamos visto, mas, tinha três buracos recém-cavados bem à nossa frente, demos a volta para olhar e ver de quem seria.
Quando chegamos às lápides as nossas fotos estavam lá junto com nossa data de nascimento e a nossa data de morte, e nessa última constava aquele mesmo dia.
Tentamos correr ou gritar, mas, não tinha mais o que se fazer.
Estávamos mortas!
De: Giullianna Drukleim
Cara, na boa, Carlos Ban me dá medo! :s
ResponderExcluirAHUSUHAS...
kkk.....gosto muito dos contos, venho ler sempre q posso e q tem novidades!!!!!!!!
ResponderExcluirCruuuuzes D:
ResponderExcluirEu também tenho medo do Bam , ele tem mó cara de maníaco assassino
Muito bom!!!
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